quarta-feira, 12 de março de 2014

A História de Mushkil Gusha




 

 
Era uma vez, a menos de mil milhas daqui, um pobre lenhador viúvo, que vivia com sua pequena filha.

 
Todos os dias costumava ir às montanhas cortar lenha, que levava para casa e atava em feixes.
 
Depois da primeira refeição, caminhava até o povoado mais próximo, onde vendia a lenha e descansava um pouco antes de voltar para casa. Um dia, ao chegar em casa, já muito tarde, a menina lhe disse:
        

- Pai, de vez em quando gostaria de ter uma comida melhor, em maior quantidade e mais variada.
          - Está bem, minha filha - disse o velho -, amanhã levantarei mais cedo do que de costume, irei mais alto nas montanhas, onde há mais lenha, e trarei uma quantidade maior do que a habitual.

Voltarei mais cedo para casa, atarei os feixes mais depressa e irei logo ao povoado vendê-los para conseguirmos mais dinheiro. E lhe trarei uma porção de coisas deliciosas.
Na manhã seguinte, o lenhador levantou-se antes da aurora e partiu para as montanhas. Trabalhou arduamente cortando lenha e fez um feixe enorme, que carregou nos ombros até sua casa.

          Ao chegar era ainda muito cedo. Então, colocou a carga no chão e bateu à porta, dizendo:

- Filha, filha, abra a porta. Estou com sede e fome; preciso comer alguma coisa antes de ir para o mercado.


Mas a porta continuou fechada. O lenhador estava tão cansado que se deitou no chão, ao lado do feixe de lenha, e logo adormeceu. A menina, esquecida da conversa da noite anterior, dormia profundamente.
 


          Quando o lenhador acordou, algumas horas depois, o sol já estava alto. Bateu novamente à porta e disse:
        
- Filha, filha, abra logo. Preciso comer alguma coisa antes de ir ao mercado vender a lenha, pois já é muito mais tarde do que de costume.
Mas a menina que tinha esquecido completamente a conversa da noite anterior, tinha se levantado, arrumado a casa e safra para dar um passeio. Em seu esquecimento, e supondo que o pai já tivesse ido para o povoado, deixou a porta da casa fechada.

Assim, o lenhador disse a si mesmo:
         
- Já é muito tarde para ir à cidade. Voltarei para as montanhas e cortarei outro feixe de lenha, que trarei para casa, e amanhã terei carga em dobro para levar ao mercado.

O lenhador trabalhou duro aquele dia, cortando e enfeixando lenha nas montanhas. Já era noite quando chegou em casa com a lenha nos ombros.

Pôs o feixe atrás da casa, bateu à porta e disse:
         

- Filha, filha, abra a porta. Estou cansado e não comi nada o dia todo. Trago uma dupla carga de lenha, que espero levar ao mercado amanhã. Preciso dormir bem esta noite para recuperar minhas forças.
 
Apesar de preocupado com o que poderia estar acontecendo com a filha, não conseguiu ficar acordado: adormeceu logo. Mas, como estava com muito frio, muita fome e muito cansado, acordou bem cedo na manhã seguinte, antes mesmo de o dia clarear.
 
Sentou-se, olhou ao redor, mas não conseguiu ver nada. Mas, nesse momento, aconteceu uma coisa estranha. Pareceu-lhe ouvir uma voz que dizia:

 


- Depressa! depressa! Deixa tua lenha e vem por aqui. Se necessitas muito e desejas o suficiente, terás uma refeição deliciosa.

O lenhador levantou-se e caminhou na direção de onde vinha a voz. Andou, andou e andou, mas não encontrou nada.

Então sentiu mais cansaço, frio e fome do que antes e, além do mais, estava perdido. Tivera muitas esperanças, mas isso não parecia tê-lo ajudado. Ficou triste, com vontade de chorar, mas percebeu que chorar também não o ajudaria. 

 
Assim, deitou-se e adormeceu. Logo depois acordou novamente. Sentia frio e fome demais para poder dormir. Foi então que lhe ocorreu narrar a si mesmo, como se fosse um conto, tudo o que tinha acontecido desde que a filha lhe pedira um tipo de comida diferente.

Mal terminou sua história, pareceu-lhe ouvir outra voz, vinda de algum lugar no alto, como se saísse do amanhecer, que dizia:


- Velho homem, velho homem, que fazes sentado aqui?

- Estou me contando minha própria história - respondeu o lenhador.

- E qual é?

O lenhador repetiu sua narração.


- Muito bem - disse a voz, e a seguir lhe pediu que fechasse os olhos e subisse um degrau.

- Mas não vejo degrau algum - disse o velho.

- Não importa, faz o que te digo - ordenou a voz.

O homem fez o que lhe fora ordenado. Mal fechou os olhos, descobriu que estava de pé e, levantando o pé direito, sentiu que debaixo dele havia algo semelhante a um degrau.

Começou a subir o que parecia ser uma escada. De repente os degraus começaram a mover-se - moviam-se muito rapidamente - e a voz lhe disse:


- Não abra os olhos até que eu ordene.

Não se passara muito tempo, quando a voz mandou que o velho abrisse os olhos. Ao fazê-lo, o lenhador achou-se num lugar que parecia um deserto, com um sol escaldante acima dele.
 

Estava rodeado de montes e montes de pedrinhas de todas as cores: vermelhas, verdes, azuis, brancas. Mas parecia estar só; olhou em volta e não conseguiu ver ninguém. Então, a voz começou a falar de novo:


- Apanha todas as pedras que puderes, fecha os olhos e desce os degraus.


O lenhador fez o que lhe mandavam e, quando a voz ordenou que abrisse os olhos novamente, encontrou-se diante da porta de sua própria casa. Bateu à porta, e a sua filha veio atender.

 
Ela lhe perguntou por onde ele tinha andado, e o pai lhe contou o ocorrido, embora a menina mal entendesse o que ele dizia, porque tudo lhe parecia muito confuso.


 Entraram em casa e a menina e o seu pai repartiram a última coisa que lhes restava para comer: um punhado de tâmaras secas.
 
Quando terminaram a comida, o velho achou que estava novamente ouvindo uma voz, uma voz igual àque-la que o mandara subir os degraus.
       
 
 
 
 
 
- Embora ainda não o saibas - disse a voz - foste salvo por Mushkil Gusha. Lembra-te: Mushkil Gusha está sempre aqui. Promete a ti mesmo que todas as quintas-feiras, à noite, comerás umas tâmaras, e darás outras a alguma pessoa necessitada, a quem contarás a história de Mushkil Gusha.


Ou darás um presente, em seu nome, a alguém que ajude os necessitados. Promete que a história de Mushkil Gusha nunca, nunca será esquecida. Se fizeres isso, e o mesmo fizerem as pessoas a quem contares a história, os que tiverem verdadeira necessidade sempre encontrarão seu caminho.


O lenhador então colocou todas as pedras que havia trazido do deserto num canto do casebre. Pareciam simples pedras, e ele não soube o que fazer com elas.
No dia seguinte, levou seus dois enormes feixes de lenha ao mercado e os vendeu facilmente, por ótimo preço. Ao voltar para casa, levava para sua filha uma porção de iguarias deliciosas que ela jamais havia provado antes. Quando terminaram de comer, o velho lenhador disse:
       

- Agora vou lhe contar a história de Mushkil Gusha. Mushkil Gusha significa "O dissipador de todas as dificuldades". Nossas dificuldades desapareceram por intermédio de Mushkil Gusha, e devemos lembrá-lo sempre.
Durante uma semana o homem seguiu sua rotina. Ia às montanhas, trazia lenha, comia alguma coisa, levava a lenha ao mercado e a vendia. Sempre encontrava comprador, sem dificuldade.

Mas chegou a quinta-feira seguinte e, como é comum entre os homens, o lenhador se esqueceu de contar a história de Mushkil Gusha. Nessa noite, já tarde, apagou-se o fogo na casa dos vizinhos. E, como não tinham com que voltar a acendê-lo, foram à casa do lenhador e disseram:
- Vizinho, vizinho, por favor, dê-nos um pouco de fogo dessas suas lâmpadas maravilhosas que vemos brilhar através da janela.

- Que lâmpadas? - perguntou o lenhador.

- Venha cá e veja - responderam.
 
- Sinto muito, vizinhos, não tenho fogo - e bateu-lhes a porta no nariz.

Os vizinhos ficaram aborrecidos e surpresos e voltaram para casa resmungando. E aqui eles abandonam nossa história.
 
Rapidamente, o lenhador e sua filha, com medo que alguém visse o tesouro que possuíam, cobriram as brilhantes luzes com todos os trapos que encontraram. Na manhã seguinte, ao destampar as pedras, descobriram que eram gemas luminosas e preciosas.

Uma a uma, levaram-nas às cidades dos arredores, onde as venderam por um preço enorme. Então, o lenhador decidiu construir um esplêndido palácio para ele e sua filha.

Escolheram um lugar que ficava exatamente na frente do castelo do rei de seu país. Pouco tempo depois, um edifício maravilhoso estava construído.

O rei tinha uma filha muito bonita que uma manhã, ao acordar, viu o castelo, que parecia de contos de fadas, bem em frente ao de seu pai. Muito surpresa, perguntou a seus criados:

- Quem construiu esse castelo? Com que direito fazem uma coisa dessas tão perto do nosso lar?

Os criados saíram e investigaram. Ao regressar, contaram à princesa tudo o que conseguiram saber.

A princesa, muito zangada, mandou chamar a filha do lenhador. Porém, quando as duas meninas se conheceram e se falaram, logo tornaram-se boas amigas. Encontravam-se todos os dias e iam nadar e brincar juntas num regato que o rei mandara fazer para a princesa.

Alguns dias depois do primeiro encontro, a princesa tirou um colar lindo e valioso e pendurou-o numa árvore à beira do regato. Na volta, esqueceu-se de apanhá-lo e, ao chegar em casa, pensou que o tinha perdido. Refletindo melhor, porém. concluiu que tinha sido roubado pela filha do lenhador.


          Contou tudo ao pai, que mandou prender o lenhador e confiscou-lhe todos os bens. O homem foi posto na prisão, e sua filha levada para um orfanato.

Como era costume no país, depois de algum tempo o lenhador foi retirado de sua cela e levado para praça pública, onde o acorrentaram a um poste, tendo pendurado ao pescoço um cartaz onde se lia:


" isto acontece a quem rouba dos reis."
      

A princípio, as pessoas juntavam-se à sua volta zombando dele e atirando-lhe coisas. O lenhador estava muito infeliz. Porém, como é comum entre os homens, logo se acostumaram com o velho sentado junto ao poste e lhe prestavam cada vez menos atenção. Às vezes lhe atiravam restos de comida, às vezes nem mesmo isso.

Uma tarde, ouviu alguém dizer que era quinta-feira. De imediato veio-lhe à mente o pensamento de que logo seria a noite de Mushkil Gusha, "O dissipador de todas as dificuldades", a quem há tanto tempo se esquecera de comemorar.


No mesmo instante em que esse pensamento lhe chegou à mente, um homem caridoso que passava jogou-lhe uma moeda.

         
 - Generoso amigo - chamou-o o lenhador - você me deu dinheiro que para mim não tem utilidade alguma. Mas se, em sua generosidade, puder comprar uma ou duas tâmaras e vir sentar-se comigo para comê-las, eu lhe ficaria eternamente grato.

O homem saiu e comprou algumas tâmaras, sentou-se a seu lado e comeram juntos. Ao terminar, o lenhador contou-lhe a história de Mushkil Gusha.

- Acho que você deve estar louco - disse-lhe o homem generoso.

Mas era uma pessoa compreensiva e também enfrentava muitas dificuldades. Ao chegar em casa, depois desse incidente, percebeu que todos os seus problemas estavam resolvidos. Isto o fez pensar mais seriamente a respeito de Mush-kil Gusha. Mas aqui ele deixa nossa história.


No dia seguinte, pela manhã, a princesa voltou ao lugar onde se banhara e, quando ia entrar na água, viu, no fundo do regato, uma coisa que parecia ser seu colar.

Porém, no momento em que ia pegá-lo, espirrou, jogou a cabeça para trás, e viu que o que tomara por seu colar era apenas o reflexo dele na água. O colar estava pendurado no galho de uma árvore, no mesmo lugar onde o tinha deixado há muito tempo.

Emocionada, apanhou-o e foi correndo contar ao rei o acontecido. Este ordenou que o lenhador fosse posto em liberdade e que lhe pedissem desculpas em público. Tiraram a menina do orfanato e todos viveram felizes para sempre.

Estes são alguns dos episódios da história de Mushkil Gusha. E uma história muito longa, que nunca termina. Tem muitas formas. Algumas nem sequer se intitulam A história de Mushkil Gusha. Por isso as pessoas não as reconhecem como tal.

Mas é por causa de Mushkil Gusha que esta história, em qualquer de suas formas, é lembrada por alguém, em algum lugar do mundo, dia e noite, onde quer que exista gente. Tal como sempre tem sido contada, assim continua-rá a ser contada eternamente.

Você quer repetir a história de Mushkil Gusha nas noites de quinta-feira e ajudar, assim, o trabalho de Mushkil Gusha?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Você é a imagem de Deus



 

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. Gênesis 1:26

E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Gênesis 1:27
 E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.  Gênesis 1:26
Gênesis 1:27

 Uma vez tive um insight que na época achei muito doido. Para ser sincero, na época, eu estava meio bêbado, e nestas ocasiões eu me torno especialmente criativo e faço associações mentais rápidas e inusitadas.

Nesta noite, me veio a idéia de que para entender essa história de que somos imagem e semelhança de Deus, bastava visualizar a seguinte metáfora.

Imagine que, vivendo na eternidade sem tempo, Deus estava lá, refulgindo em sua Glória, e resolveu criar para si um espelho para se ver, para se contemplar em sua glórian infinita. Esse espelho tinha que ser infinito e perfeito, de forma a refletir plenamente o Eterno, Infinito e Toto-Poderoso, em cada um de seus 99 atributos, sua justiça, santidade, amor, perdão, misericórdia, poder, sabedoria, perfeição e todos os seus outros aspectos.

Poderia ser detalhista e poético para detalhar a cena toda do Todo-Poderoso preparando a criação para refleti-lo, mas na verdade a criação é o espelho de Deus, o universo inteiro, a matéria, é o material que Deus criou para refletir sua própria glória.O Universo é o espelho de Deus.

E aconteceu algo explosivo quando Deus se olhou no espelho. Ao contemplar sua eterna glória no espelho universal, esse espelho infinito se fragmentou em infinitos pedaços, que eu gosto de chamar "partes infinitesimais".


Ocorre que cada uma dessas partes, desses espelhos infinitesimais, continuou a refletir a glória e os 99 atributos do Todo-Poderoso, mas em pequena escala. Faça essa experiência: se observe num espelho grande e depois quebre o espelho em pequenos pedaços. Agora olhe para sua própria imagem num dos pedacinhos e você não vai ver uma parte sua, mas você inteiro. Se você sujar esse espelho, você pode perder o poder de refletir a própria imagem, mas se você limpá-lo, a natureza desse espelho é refletir você.

Nós somos a imagem e semelhança de Deus. O Universo é espelho dEle. Para se ver, para se contemplar, Ele criou esse Universo, essa matéria, e soprou de si mesmo, de seu próprio fôlego, para fecundar o solo fértil da matéria conosco... Houve Luz.

Há infinitas implicações dessa visão de que somos imagem e semelhança dEle. Para mim, isso é equivalente a dizer que somos filhos dEle, e de que somos espíritos, como Ele é Espírito Santo. Assim como Ele é, nós somos.

Há muito mais o que dizer, mas preciso ir almoçar e minha namorada está me esperando lá embaixo. Portanto, encerro com essa citação do pastor e místico A.W.Tozer:

"
Você é um espelho do Todo-Poderoso... Esta é a razão pela qual você foi criado... Esse é seu propósito.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Superalma





Está tudo tão claro para mim! Uma claridade e clarividência de quem sou, de que sou eterno e imortal, partícula de Deus, onda do Oceano divino, Eu sou Quem Eu Sou.

Estou no caminho... A matéria é energia de Deus, tanto quanto o Espírito. Tudo veio de Deus. A morte e a vida, a luz e as trevas, tudo faz parte da Lila divina. Nesta Lila há sangue e sofrimento, e aprendizado. O apego à energia material atrasa a evolução, estamos aqui com um propósito, missão, a serviço, ou a aprendizado, ou ambos.

Não viemos aqui por diversão ou acaso, embora o princípio do prazer motive nosso corpo e mente, e tudo isso é criação divina, tudo é bom, como Deus disse ao criar o mundo “e viu Deus que tudo era bom”. A morte, a vida, o sofrimento, a dor, o prazer, tudo está aqui com um propósito no plano divino.

Oh profundidade da riqueza, tanto da sabedoria quanto do conhecimento de Deus! Quão inescrutáveis são teus desígnios, e tão inescrutáveis teus propósitos! Pois quem conheceu a Mente do Senhor, ou foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu, para que seja restituído? Porque dEle, nEle e para Ele são todas as coisas, a Ele pois toda a glória eternamente. Nós, porém, temos a mente de Cristo.

Eu sou. Eu Sou Espírito... Nasci de Deus, volto para Deus, e o corpo volta ao pó, e o espírito, o sopro divino, a semente divina do espírito, volta para Deus. O corpo é mortal, material, energia do Senhor, poeira das estrelas. O Espírito é o DNA de Deus, o código genético do Criador, é a carne de Deus, a substância de Deus. Como o Oceano é H2O como cada gota é H2O, assim sou Espírito, como Deus é Espírito.

Ontem eu me sentia Desperto. Iluminado. Via claramente que todos somos Espíritos, ligados ao Espírito Divino. De repente senti que as preocupações do ego, com a autoestima, com a imagem, que me tornam ego-cêntrico, se dissolveram. Via claramente os outros, os compreendia, os amava como sendo eu mesmo, como parte de mim, espíritos como eu sou. E a tolerância e a compreensão com os motivos e atitudes de cada um eram enormes, afinal, cada espírito está evoluindo da melhor forma que pode, com a compreensão que tem em cada momento, a partir da sua perspectiva no mundo material, a partir de um corpo, de um DNA corporal, de uma capacidade mental, cerebral, neural, a partir da sua própria história e das suas relações com outros neste mundo material, e das conexões neurais, emocionais, sensoriais, que estabeleceu para ler e interpretar o mundo à luz de suas crenças e pensamentos.

E a despeito da constituição do corpo e da alma, todos nós somos espíritos, partículas de Deus, hologramas de Deus, imagem e semelhança de Deus neste mundo material, nesta grande escola e playground.

Deus é perfeito, tudo está funcionando muito bem no plano de Deus, pois Deus não se surpreende, Deus não falha, este é o teatro, a escola, o playground dele. Tudo está aqui por Ele, e para nossa evolução e crescimento até Ele, até despertarmos do sono de maya, da escuridão do mundo material, e nos iluminarmos com a Luz do Espírito Santo que está em Nós.

Tudo faz sentido. É como se me iluminasse, na verdade a Luz está em mim e Eu Sei, e estou acordado agora, embora esteja evoluindo, como sempre. O Espírito que há em mim faz parte do Espírito de Deus, e se ainda vejo a separação entre meu espírito e os outros espíritos, entre meu espírito e o Espírito Santo, ainda estou dormindo. Porque Deus é Um, e Cristo disse: Eu e o Pai somos Um. Somos um em essência, um Só Deus, uma só fé, um só Espírito, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, age através de todos e está em todos.

Deus está em mim. Eu sou Espírito. Filho de Deus. Somos deuses.







quinta-feira, 28 de abril de 2011

Um mundo sozinho


Estou sendo voluntário num coach que uma amiga, a Naíma Andrade, está criando a partir da Ciência Numérica do Ser. A cada número, é feito um diagnóstico, um plano de ação e são realizados exercícios para trabalhar a qualidade do número. Eis um deles.

Procure ficar sozinho e imaginar a vida sozinho, o mundo com somente você, escreva um texto sobre isso.

Um mundo só... estranho. Se Deus está em mim, não estou só. Se ele me enviasse para Marte... eu ia me sentir muito só longe da família, amigos, namorada, mulheres, cerveja, sexo, natureza, tudo o que amo neste mundo. Mas eu ia tratar de aproveitar o tempo para caminhar pelas ruas pedregosas de Marte pensando na vida e em mim, ia procurar fazer muita ginástica e atividade física, se a gravidade permitisse (eu ia ter que dar um jeito, nem que colocasse pedras nos pés para evitar sair flutuando), e também ia, todo dia, meditar, fazer os exercicios de alquimia taoísta, Rosacruz, sufismo, tudo o que eu pudesse exercitar de tudo o que já aprendi... Enfim, cultivaria meu autodesenvolvimento de corpo, alma, espírito. Tudo o que sempre sonhei, dedicação 100% a meu crescimento pessoal!

Coisas que ás vezes quero fazer e não disponho do tempo para isso. Mas se tivesse tempo, vivendo em Marte sem precisar fazer outra coisa que cultivar o autodesenvolvimento, eu ia amar poder me dedicar à minha espiritualidade, à comunhão com Deus, às viagens astrais pelo Universo, aos sonhos, à telepatia, ao estudo dos astros, do Cosmos, da ciência... uau!!! Que excitante!

Também ia procurar cultivar minhas inteligências... a espacial, a numérica, a verbal, a musical, a cinestésica... apesar de só ter o terreno árido de Marte para isso, ia procurar me adaptar a esse ambiente inóspito e tirar tesão desse negócio...

Depois ia ficar me perguntando... para que tanta inteligência, se não posso servir outras pessoas? Ia ficar esperando um dia encontrar alguém, como um pequeno príncipe num planeta errante, à espera de uma raposinha, ou de algum ET com quem pudesse me comunicar...

Enquanto isso...

Se eu estivesse numa nave ou estação espacial e houvesse livros, músicas, filmes disponíveis, então, melhor ainda, eu ficaria feliz por acumular cultura e erudição, algo que me ressinto muito de não dedicar muito tempo para fazer. Iria ler todos os clássicos gregos, romances da Renascença, do Iluminismo, e estudar Psicologia, Taoísmo, Desenho Humano, Filosofia...

Talvez sentisse muita falta de conversar com outras pessoas sobre o que eu tinha lido e aprendido... mas eu ia procurar então conversar com Deus e com os anjos sobre isso. E se não houvesse Deus nem anjos e espíritos, então eu os criaria, para que meu mundo fizesse sentido!!!

Depois ia começar a escrever, escrever minhas idéias, e criar romances com personagens. Já que seria só eu no mundo, eu criaria os personagens do mundo para me fazer companhia, como um deus cria seu próprio mundo para se divertir e passar seu tempo infinito, por toda a eternidade.

E, por fim, depois de me deliciar com literatura, cinema, artes, escrever, pensar, meditar, cultivar meu corpo, eu iria andar com Deus todo dia e pedir a Ele que me enviasse, assim que eu estivesse pronto, para um mundo em que eu pudesse continuar aprendendo e pudesse compartilhar tudo o que aprendi com as pessoas. E esperaria a sua vontade, para na hora certa realizar minha missão. E, enquanto isso, aproveitaria a vida, o momento solitário em Marte que Deus me proporcionou.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu sou espírito imortal


Eu sou imortal.
Sou espírito eterno, gerado do Espírito Santo de Deus.
Sou corpo mortal, alma evanescente, espírito imortal, de Deus proveniente. Deus me gerou de si mesmo, sou filho dEle. Sou eterno com Deus, porque nasci dEle, e Ele nunca nasceu. Sou uma gota do oceano divino, dEle vim e para Ele voltarei.
Ele vive em mim, eu vivo nele. Ele me gerou, sou espírito do Espírito Santo procedente. Luz da Luz, amor do amor, gota dágua do oceano dágua infinito, de infinito poder, luz, amor, misericórdia, luz, verdade, bem-aventurança eterna.
Meu espírito é imortal, porque Deus é espírito, Deus é imortal e o Deus eterno e seu Cristo vivem em mim eternamente. O meu corpo voltará ao pó, tal qual era, meu espírito voltará a Deus que o deu. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.
Sou eterno, imortal como Deus,porque vivo nEle. Ele está em mim, age através de mim e é sobre mim.
Em mim brilha o Sol dos Sóis, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o Alfa e o Ômega, a Resplandecente Estrela da Manhã.
O Cristo de Deus, o Senhor, O Eterno Salvador, vive em mim para sempre.
Age em mim, Senhor. Que eu diminua, e tu cresças. Ilumina minha vida e minha mente, e alimenta o mundo com a luz que vive em mim, com a fonte de água viva que jorra para a vida eterna de dentro do meu coração.
O Pão da Vida, A Porta, O Caminho, A Verdade e a Vida, o Bom Pastor, o Leão da Tribo de Judá, vive em mim. A vida e a Luz do mundo vivem dentro de mim.
Que esse sol e fogo consumidor brilhem através de mim e eu possa expressar o amor, a luz, a bondade, a benignidade, a mansidão, o domínio próprio, a justiça, a fidelidade, a alegria, a paz do Senhor em mim.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Deus mora em mim


"Há um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, age através de todos e está em todos"

Apóstolo Paulo, epístola aos Efésios, cap.4, vers.6


Não tenho mais dúvida nenhuma de que o soberano Deus, sol de todos os sóis, habita em mim. E essa verdade cristã faz eco na yoga, no Paratma hindu, na Superalma em todos nós.


Não tenho mais dúvida, porém me resta vivenciar essa verdade. Pois, se habita para sempre em mim o Amor, A Luz, o Eterno, a Paz Profunda, o Fogo Consumidor, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, a Sabedoria infinita, o Onisciente, Onipresente, Todo-Poderoso Deus, o o Supremo, a Suprema Personalidade de Deus, Sol dos Sóis, Cheio de Bem-aventurança, Graça, Misericórdia, Verdade, Justiça, Alegria e Plenitude... se Ele, se EU SOU está em mim...


Então esta é a Iluminação. A Luz é saber que a Luz reside em mim. Mas se me sinto iluminado por esta revelação, este tirar de véus, não me sinto, porém, um iluminado. Sou carnal, fraco, muitas vezes imoral, inconsequente, pecador... humano, demasiadamente humano, como diz Nietzsche.


Que contradição... Paulo já se referia a essa luta como o conflito entre a carne e o Espírito, e os hindus chamam de Maya à ilusão e sedução da matéria, desta mulher enfeitiçadora, sereia.


Sou Espírito, porque todo o que nascido do Espírito é Espírito... e todo o que se une ao Senhor, é um Espírito com Ele. E porque só há uma fé e um Espírito, como também só uma esperança de vocação em que fui chamado.


Mas sou carne, mortal, pecador... Dualidade, dialética. Ao mesmo tempo imortal, porque Deus está em mim, e mortal, porque minha carne um dia voltará ao pó, e o Espírito a Deus, que o deu... Mas a mortalidade é só uma ilusão material, porque, como diz Jesus, para Deus todos vivem...


Então... é caminhar... andar no Espírito... e me abrir para que Deus aja, viva, opere, ame, crie, seja, ilumine o mundo através de mim... Que eu seja o corpo de Cristo na terra, que ele possa através de mim curar os doentes, aliviar os oprimidos, salvar os perdidos, consolar os que choram...



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tsunami do Pacífico


Poesia é coisa engraçada

Fica aqui esquecida, coitada

Até que acabam as saídas

E escrevo, encurralado

Para exorcizar um diabo,

Expulsar de dentro o bicho

Correndo atrás do próprio rabo

Seja agora a poesia oráculo

Que me desvende, por Deus

O segredo dos encantos seus

Será feitiço, mandiga, magia

Encanto, prosa, vã poesia,

Macumba, sugestão, hipnose

Que agrava minha psicose?

Meu Deus, ela não faz nada

Mas que estrago ela faz...

Que arroubo quando sorri

E, Amazona, cavalga em mim

E se contorce como cobra

E me zombeteia, me goza

Mas nada disso explica...nem Freud!

Nem Nietzche e sua Salomé

Ela é engenheira demais pro meu gosto

Como gosto dessa mulher...

Eu fico assim tão psicólogo,

Me surta o poeta, me faço cantor

Me acomete um lirismo, um delírio

eu sinto vertigem, ela é colírio,

Não tem remédio, nem vudu

Que corte esse feitiço, esse exu

Fiz um brainstorm pra descobrir

A beleza, o sorriso, o encanto

A leveza, seu siso, meu canto

Me faz poeta, homem sensato

Menino gaiato, homem de fato

Ela me faz propostas loucas

Como namorar comigo à toa

Ela anda comigo no Pacífico

Ela é de lua cheia, fica virada

Qual Tsunami da minha praia

Ela me faz viajar, me leva à falência

Sem clemência nem decência

Passeia nas orlas do meu Atlântico
Ela me leva ao caminho de Santiago

A albergues, às vias de fato

Não sei onde vou parar nem se quero

O que quero é que ela me leve

Para o diabo que nos carregue

Para o céu, para os anjos, a Lua

Para a metafísica espúria

E que o resto vá pro inferno